quarta-feira, 13 de agosto de 2008
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Modelo de vida Camarim. Espelho refletindo as 4 pessoas cuidando de sua aparência. Um com o cabelo, outro com as unhas, outro com a maquiagem e outro providenciando a roupa. Correria. Gritaria. Preocupação para fazer da modelo um ser perfeito. Gasta o dinheiro que for, inventa o que for. Disciplina? Não, sofrimento. Dias sem comer. Carboidratos não existem na dieta. Espartilho definindo a cintura. Desespero para o desfile perfeito. Dinheiro gasto em tecidos. Respira. Prende a respiração pela roupa apertada. Agora é andar, fazer pose e fingir ignorar o mundo. Ignorar o que se passa fora daquela passarela. Futilidade em forma de pessoa. Tudo perfeito enquanto você tem menos de 30 e os fotógrafos idolatram seu corpo. Aparência acima de tudo. Vontade de ser a ídola do país, do mundo. Flashs explodindo no seu rosto. Roda o mundo por seu corpo. Valorização do físico. Esquecimento do íntimo, do interno. Peitos e bundas acima da inteligência. Sorriso e cintura acima de emoções. Costureiros e designers se orgulham da adolescente que acharam por aí. Que poderia ter um futuro decente, mas foi condenada ao mundo "espetacular" das roupas, maquiagens, acessórios e fama. Ela agora estará presa por alguns anos, até quando cansarem daquele rostinho bonito e a acharem velha. Com 30 anos. Condenada à prisão da ignorância e da burrice predominante. Lindas até abrirem a boca. Espectadores se deslumbram com tais performances. Os olhos brilham a cada passo delas. Se esquecem de ligar a TV no noticiário para ver o mundo real. Preferem viver na fantasia invejando cada modelito e tentando se igualar às consideradas "musas da passarela".
Bem-vindos ao mundo da moda.
Eu e ela ás
14:34,