quinta-feira, 24 de julho de 2008
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Ansiedade

Ansiedade. Agonia. Olho para o relógio. 18h47. Tic tac. Tic tac. Rôo as unhas, bato o pé. Levanto. Ando pela casa. Não quero ficar em pé. Sento no chão gelado olhando a parede. 18h49. O tempo não passa. Tic tac. Mexo constantemente os ombros, joelhos e pés. Levanto, respiro fundo e meto a cabeça embaixo da pia. Vou pegar um café. Café? Sim, café. Tomo de uma vez. Sem açúcar. 18h53. Faltam 7 minutos. Grito. Pulo. Tremo. Vou até o banheiro. Repasso o lápis de olho. Não tô satisfeita. Repasso delineador, sombra e rímel. Pronto. Agora está bem. Bonita. Feia. Bonita. Feia. Aaaaaaaah. Cadê ela? 18h58. 18h59 agora. Preciso de ar. Abro a janela e sinto aquele ar gelado do inverno batendo na minha cara. Olho para baixo e vejo casais abraçados e apaixonados. Choro. 19h01. Fecho a janela e sento no sofá, olhando fixamente para o chão. Penso no amor. Naquele sentimento louco que me atingiu. É, o amor. Sorrio levemente. Consigo abaixar um pouco a tensão, mas logo fico tensa novamente. 19h03. Ela me esqueceu. Está me traindo. É isso. Ela não vem mais. Choro. 19h04. A campainha toca. Viro bruscamente. Ela chegou. Mal posso acreditar. O sangue ferve. O coração bate mais rápido. Mal sinto minhas pernas. Estou voando. Chego na porta. Respiro. Inspiro. Expiro. Tenho que abrir. Giro lentamente a chave, com o coração batendo a mil. Abro a porta. Consigo finalmente relaxar. Aquela mulher maravilhosa está na minha frente. Seus longos cabelos cacheados, seus olhos cor de mel brilhando para mim. Sua boca levemente rosada e deliciosa. Ela sorri. Começo a ficar tensa novamente. Ela me abraça. Diz que me ama. Me faz sentir ser totalmente, completamente, inteiramente dela. Me beija. Finalmente uma razão para eu ficar tranqüila. Meu amor está aqui. Com ela minha vida não tem agonias. Relaxo.
Eu e ela ás
14:17,